quarta-feira, junho 17, 2009

VI Festival Internacional de Dixieland - Cantanhede 2009

Bem, estes 4 dias passados em Cantanhade foram qualquer coisa de extraordinário. Para além dos espectáculos que são isso mesmo, um espectáculo, o convívio com os outros músicos é extremamente enriquecedor, não só no que diz respeito à música, como a nível de experiências de vida e o contacto com outras culturas e outras maneiras de ver o mundo. Deixo-vos aqui um pequeno resumo do que foi este VI Festival Internacional de Dixieland.

1º dia:
À semelhança das edições anteriores do festival, houve concertos pelas várias freguesias e principais praças de Cantanhede. A ideia da organização é difundir e levar a mais pessoas este tipo de música e tentar não centralizar demasiado o festival. À minha banda calhou ir tocar na freguesia de Bolho. Estava bastante calor, mas o telheiro que lá estava deu bastante jeito, já que nos permitiu tocar à sombra. No final, tivemos direito a um bom lanche.

À noite, como cabeça de cartaz estava a Lúcia Moniz. Assim, a abrir os concertos na Tenda Dixie estiveram os checos Brass Band Rakovnik (o percussionista era um "ganda maluco").





A seguir subiram ao palco os franceses Les Zauto Stompers, depois os portugueses Dixinaza Jazz Band e, por fim, os também portugueses Dixie Boys. Foi com estes últimos que Lúcia Moniz cantou. Foi pena que só tenha cantado 3 músicas, a acabar os concertos da primeira noite. Para além de já ser muito tarde, acabou por saber a pouco.

2º dia:

A minha banda tocou em Cantanhede, na Praça Marquês de Marialva. Estava bastante mais gente a assistir ao concerto do que no dia anterior, no Bolho. À nossa volta havia montes de gente e isso é uma motivação extra para nós.

Depois do pequeno concerto de Paula Oliveira a abrir os concertos desta noite, foi a vez dos Dixie Gringos (de Coimbra) subirem ao palco para mostrar à Paula Oliveira o que era o Dixieland. Gostei particularmente de uma piada que eles mandaram, ao dizer que este ano o festival contava com a presença da Lúcia, da Jacinta... e que só não estava o Francisco mas estava a Paula Oliveira e que, talvez para o ano, lá estivessem mesmo os 3 pastorinhos.









Depois dos Dixie Gringos, vieram os New Orleans Dixielandband (austríacos, penso eu). Achei que o sousafonista abusava nos efeitos (semelhante às aceleradelas de uma mota), mas que não deixava de ser engraçado.

Por fim, os Cottas Club Jazz Band (do Bombarral) que deveriam tocar com a Paula e acabaram por tocar só eles. Havia algum receio da parte deles (e com razão) de que o concerto pudesse ser um fracasso, já que o concerto deles era suposto ser o ponto alto da noite e havia a hipótese disso não acontecer. Acabou por não acontecer, e o espectáculo foi bastante bom. No final do concerto houve uma jam session com alguns músicos participantes.

3º dia:

O sábado foi o dia que teve mais concertos, que começaram logo de manhã. Neste dia a minha banda só tocou na Tenda Dixie. À tarde, por volta das 16h, fomos para a tenda fazer uma sessão de sauna e aproveitámos também para fazer o checksound para o concerto da noite. Na minha opinião, esta foi a melhor noite do festival. Começou com a minha banda (Astedixie Jazz Band), que esteve em palco quase 1h.

Pode parecer que estou a ser convencido ao dizer que esta foi a melhor noite e que foi a noite em que a minha banda tocou na Tenda Dixie, mas a verdade é que os espanhóis Los Krokodillos, que tocaram a seguir, são uma banda absolutamente fantástica! O banjista deles (Mikha Violin) deixa-me completamente hipnotizado. O gajo toca que se desunha e até lhe disse que o nome dele estava errado, que devia ser Mikha Banjo.

O momento alto da noite estava reservado para o final, quando as Alice in Dixieland subiram ao palco. Esta banda destaca-se por ser formada inteiramente por mulheres, o que é raro ver no panorama do Jazz Tradicional. E já que se tratava de uma banda composta só por mulheres, quem melhor para fazer companhia do que a Jacinta? Aquela que é um ícone da música jazz em Portugal não deixou créditos por mãos alheias e deu um espectáculo incrível. Não foi um concerto de música dixieland no seu estado mais puro, mas foi bastante agradável!

No final dos concertos, houve lugar a mais uma jam session, onde se juntaram no palco vários músicos das bandas presentes no festival. Nada melhor do que acabar em grande uma noite excelente.
4º dia:

Último dia do festival. A minha banda foi tocar a Cadima às 11h30. Depois de uma noite que acabou quase de manhã, não foi fácil levantar cedo, mas lá conseguimos. Quem diz que dormir pouco faz mal deve estar enganado, pois o nosso concerto correu muito bem, com muita gente a assistir. No final do nosso concerto os músicos da banda filarmónica de Arazede ainda apareceram por lá. Cadima estava em festa e a Filarmónica de Arazede lá andava a fazer o seu serviço. Fez-me lembrar que eu ia faltar ao serviço que a banda filarmónica da Lousã tinha à tarde...

À tarde foi a street parade, que foi a apoteose do festival. Milhares de pessoas a assistir ao desfile das bandas e outros grupos. Nesta street parade, desfilam ainda carros e motas antigas, bandas filarmónicas, escolas de dança... É um espectáculo fabuloso e que, por isso, aparece sempre tanto público! No final, a jam session assistida por um mar de gente. Acho que nunca tinha visto tanta gente no festival de dixieland de Cantanhede como vi neste último dia. Foi absolutamente extraordinário.O próximo concerto da Astedixie Jazz Band vai ser já no dia 18 de Junho, em Condeixa, por volta das 17h. Até lá!