sábado, novembro 25, 2006

Memórias I

Uma vez que, por esta altura, os concertos não abundam, este blogue corre o sério risco de ficar demasiado estático, para não dizer morto. Por isso, decidi trazer à memória um dos melhores e maiores momentos da Astedixie Jazz Band. Um dos nossos sonhos era poder participar num festival, ou num outro evento qualquer, que nos desse a possibilidade de enriquecermos, fundamentalmente, a nível musical. Em Portugal, a realidade no que toca ao Dixieland é quase cruel e são muito poucos os espectáculos em que este tipo de música está presente. Surge um ou outro concerto, aqui e ali, mas muito mal (ou muito pouco) divulgados. Geralmente, surgem inseridos em festivais gastronómicos ou outros festivais regionais e sazonais que não têm a ver directamente com este tipo de música e que, por não serem o objectivo principal do evento, não são publicitados, ficando apenas no conhecimento de quem lá vai.
É necessário que hajam eventos direccionados para este tipo de música, com o principal objectivo de o promover e dar a conhecer. Estavamos então em Setembro de 2004 e, em Cantanhede, surgia a primeira edição do Festival Internacional de Dixieland. Um espectáculo assim e aqui tão perto era quase inacreditável! Para além de se tratar de um festival de dixieland, este era também internacional, pelo que se adivinhava a presença de bandas estrangeiras e, com quase toda a certeza, mais experientes. O Miguel e a Sandra (na altura ainda não se pensava na hipótese de ela vir a ser a Trombonix) foram até lá ver como aquilo era e vieram de lá maravilhados. O ambiente era excelente e puderam contactar com pessoas muito mais experientes do que nós que, ainda hoje, somos praticamente amadores. De lá, trouxeram uma nova visão do Dixieland e a vontade de participar numa futura edição deste festival foi crescendo.
Em 2005, surge então a possibilidade de participarmos na 2ª edição do Festival Internacional de Dixieland, em Cantanhede. Aquilo que o Miguel e a Sandra puderam experimentar na terceira pessoa, no ano anterior, pudemos agora experimentar na primeira pessoa! E a experiência foi extraordinária! Poder contactar e conviver directamente com pessoas que vivem única e exclusivamente para o Dixieland é a melhor experiência de enriquecimento que podemos ter e, neste festival, isso aconteceu! Durante os quatro dias do festival convivemos com músicos profissionais desde manhã cedo até altas horas da madrugada, pudemos participar em jam sessions, trocar conhecimentos uns com os outros e, claro está, mostrar o pouco que sabiamos fazer. Talvez a nossa humildade estivesse a falar mais alto, depois de vermos as outras bandas tocar. A verdade é que recebemos excelentes críticas e foram muitas as pessoas que nos deram os parabéns.
Neste festival, todas as bandas participantes tinham agendados vários concertos nas diferentes freguesias do concelho de Cantanhede. Deste modo, descentralizava-se o festival e criava-se a oportunidade de mais pessoas ouvirem o dixieland, fazendo-o chegar, deste modo, ao maior número de pessoas possível. Estes concertos eram realizados na praça principal de cada freguesia, havendo uma maior aproximação ao público que, verdade seja dita, era bastante acolhedor. Por diversas vezes, fomos convidados para comer ou beber qualquer coisa no café ali ao lado e, em conversa com as pessoas, estas mostravam curiosidade e até admiração por verem ali uma banda portuguesa! À noite, no recinto de espectáculos, havia concertos que se prolongavam muito para além da hora de encerramento prevista. Era frequente, no final do último concerto, músicos de outras bandas juntarem-se e fazerem jam sessions até ser quase dia (exagerando um bocadinho).
No ultimo dia estava programada uma street parade. Às bandas que participaram no Festival juntaram-se algumas bandas filarmónicas, grupos de dança que recriavam o ambiente vivido em New Orleans, bem como um desfile de carros antigos e charretes. Foram 4 dias inesquecíveis que nos deram outras ideias e outros planos para o futuro da Astedixie Jazz Band.
Foi pela participação neste festival que todos foram unânimes em duas coisas: a primeira, foi que a Astedixie Jazz Band esteve bastante bem neste festival; a segunda, foi que a Astedixie Jazz Band precisava de alguém que tocasse trombone. Para que a nossa sonoridade se aproximasse o mais possível do verdadeiro dixieland era fundamental incluir um trombone na nossa formação.
Quando voltamos a estar presentes? Quem sabe se num futuro próximo...

5 comentários:

Tozé Franco disse...

E viva o Dixieland.
PArece que o festival de Cantanhede veio para ficar.
Aproveitemos todos.

Fénix disse...

Olá Nuno. Não conheço o dixieland. No entanto parece que se divirtiram bastante. Boa continuação. Espero que arranjem o músico que falta.
Beijinhos.

Anónimo disse...

Deve ter sido interessante esse evento.
Ao ler aquela parte de andarem nas ruas a tocar...lembrei-me de uma das semanas que passei em SAlamanca, por alturas das festas da cidade, em Setembro! Muita animação de rua e o que mais me fascinou foi um grupo que tocava uma música fora do normal e com uns instrumentos nunca dantes vistos por mim e metiam-se com as pessoas. Tenho de te mostrar um pequeno filme que fiz.
Este ano, espero contar com o vosso grupo na Festa da Família, no CAIC. No ano passado foi muito interessante e este ano ainda será mais...
Um abraço

Fénix disse...

Olá Nuno. Obrigada pelas visitas. Fico muito contente.

Aquilo de não conseguir ouvir música já me passou. Quem sabe um dia destes se te poderei ir ouvir.

Beijinhos.

Fénix disse...

Feliz Natal Nuno. Tudo de bom para ti e para os que mais amas.

Beijinhos da badala.